terça-feira, 29 de março de 2011

VIRA DE QUATRO-Ramiro de Oliveira

Para os condeixenses do meu tempo, o Vira de Quatro, com letra de Ramiro de Oliveira e música de António de Oliveira.Lamento, mas fica só a letra.E quem não se recorda da música,cantada pelas vozes afinadas de raparigas e rapazes e, simultâneamente, dançada em passos airosos mas firmes,as chinelas delas e as botas deles batendo firmemente ao compasso da música,nas tábuas do pavilhão ou na terra batida de qualquer eira ou terreiro?
Esqueçam por momentos a ancilose e saltem para a roda!

VIRA DE QUATRO

Vamos lá dançar o vira
Ai gira que gira
Em volta do par
Que esta canção portuguesa
Tem graça e beleza
Não pode acabar!

REFRÃO

Bailai mas com graça
Ó moças airosas
Não sejam vaidosas
Dai voltas com siso!
E vocês rapazes
Dançai com cuidado
Que um passo mal dado
Transtorna o juízo

Vai-se a chama das fogueiras
Mas ficam braseiras...
Mas ficam escolhos...
Também se a festa acabar
Eu quero ficar
Brasa dos teus olhos.

REFRÃO

Bailai mas com graça...


Gostaram? Cansados,não? Vamos então dançar outra modinha mais dolente.É também de Ramiro de Oliveira e chama-se:

TRISTEZAS

Quem tem tristezas não canta
Quem canta não anda triste!
Quando o cantar nos alenta
A tristeza não resiste

Só depois de uma canção
Cantada p'ra distrair
Se há penas no coração
A tristeza torna a vir.

REFRÃO

Tristezas não vão ao baile
Nem mesmo fantasiadas
Pois se vão de lenço e chaile
São logo desmascaradas

Quem é triste que não venha
Que fique em casa a chorar
Pois se na roda se apanha
Tem de rir, tem de cantar!

Que bom é cantar e dançar,a alegria bem presente nos rostos dos dançadores e de quem os admira.Que saudades das festas populares,à roda de uma fogueira!
Para manifestar a condição de condeixenses foliões, vamos acabar o baile com mais uma letra de Ramiro de Oliveira e música de seu irmão,Maestro Saul Vaio:

HINO A CONDEIXA

Entre a serra e a campina
Que o Mondego vem beijar
Há uma terra pequenina
Que em beleza não tem par

Não mora nela a tristeza
Mas...quem por ela passar
Fica triste e com certeza
Vive triste até voltar.

REFRÃO

Palácios velhinhos
Solares de saudade
Palreiros moínhos
Hospitalidade!

Recantos de sonho
Que a graça não deixa
Não tiro nem ponho
Tudo isto é Condeixa!

Nesta terra portuguesa
Que a natureza moldou
Há legados que a nobreza
Longos anos habitou
Vê-se o sol em cada dia
Pôr em festa o horizonte
Com recitais de poesia
Ao redor de cada fonte!

REFRÃO

Palácios velhinhos...


E digam lá se Condeixa não é linda!